A Secretaria Municipal de Educação (SME) promoveu nos últimos dois dias a “I Jornada Pedagógica das Escolas do Campo de Caucaia: cultivando identidades e construindo saberes”. O evento aconteceu na Escola de Ensino Infantil e Ensino Fundamental (EEIEF) Nossa Senhora da Conceição, localizada no assentamento Santa Bárbara, e reuniu professores e gestores com o objetivo de trocar experiências e pensar a educação como um espaço de desenvolvimento integral e sustentável do campo, com plena participação de toda a comunidade.
A programação contou com trabalhos de grupo, dinâmicas de integração, oficinas e intercâmbio de experiências entre as escolas e seus sujeitos. Foram realizadas rodas de conversa sobre “Campo: território, identidade e construção”, “Educação no Campo: conceitos, avanços e desafios” e “Agroecologia”. Também foi realizado o planejamento pedagógico e curricular para 2019 e definidos calendário e projetos unificados.
O diretor Paulo Duarte apresentou projetos já desenvolvidos na escola Nossa Senhora da Conceição, como a horta orgânica – onde os alunos cultivam tomates, alface, mamão, goiaba, maracujá, jerimum e outras frutas, verduras e legumes que complementam a merenda escolar de forma saudável – e a horta medicinal, que conta com plantas como babosa, boldo e romã. Assim, a unidade pensa em como melhorar a saúde da comunidade, evitando o uso excessivo de medicamentos e colocando em evidência os saberes já existentes nas famílias.
Outro projeto apresentado foi o quintal sustentável. “Seguimos uma sequência didática em que primeiro discutimos na sala de aula questões como o combate às arboviroses e depois passamos ao diagnóstico, com visitas às residências, observando e corrigindo situações que favoreciam o nascimento do mosquito, além de incentivar o cuidado permanente dos espaços. Tiramos o lixo, plantamos flores, e trabalhamos diferentes disciplinas curriculares”, explica o professor Francisco Martins.
“Em Geografia, nós analisamos o tipo de terreno; em Ciências, como combater o mosquito; em Matemática, qual o perímetro do quintal e a porcentagem de casas que não cuidavam dos seus quintais, e em Língua Portuguesa a elaboração de textos de alerta sobre as arboviroses. Ou seja: integramos o que há nos livros com o que os alunos já vivenciam dentro da comunidade”, afirma o professor.
Para o articulador da Política Pública Municipal da Educação do Campo, Rosalho da Costa Silva, “esse é um momento histórico para a educação do campo de Caucaia, em que pela primeira vez estamos discutindo o fazer pedagógico por uma perspectiva do campo, trocando experiências e repensando nossas práticas metodológicas de forma a proporcionar a melhor educação possível aos nossos alunos, trazendo o aprendizado para caminhar junto com as suas vivências.”